quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Sham 69 - Punk Singles Collection - (1977 - 1980)

O que falta ser dito sobre o Sham 69... digamos que lá para 77 o punk se dividiu em duas partes. De um lado os punks artísticos e moderninhos, intelectuais, e etc... Do outro lado os punks "toscos", suburbanos, das ruas. Estes tinham o vocalista do Sham, Jimmy Pursey como seu porta-voz. Nada de poesia maldita, boemia, papo de faculdade, arte moderna ou ousadia musical. A música do Sham era simples e direta, assim como suas letras. O mais puro e energético punk rock, com a missão de unir a juventude oprimida. Pena que a juventude oprimida costumava ir aos shows deles e quebrar tudo, o que acabou acarretando no fim da banda. Jimmy havia sido um skinhead alguns anos antes, e quando viu que surgia uma nova geração de skins, se empolgou e deu o lendário grito "Skinheads Are Back!" num show em 77. Mas o que ele não esperava era que, ao contrário dos skins originais do final dos anos 60, parte da nova geração estava envolvida com a extrema direita. Esta associação queimou o filme da banda (que sempre fora contrária ao fascismo), e para a alegria da imprensa, que colocava todos os skins, fascistas ou não, no mesmo saco, Jimmy Pursey acabou renegando o público Skinhead que tinha dado tanto apoio a eles. Isso foi considerado uma traição, e o Sham 69 perdeu boa parte de seu público, sem falar na sua credibilidade... A banda ensaiou alguns retornos nos últimos 15 ou 20 anos, sempre lançando discos horríveis que ninguém gosta. Esta coletânea tem músicas de toda a carreira da banda que começou o bagulho. Tiveram o bom senso de deixar as coisas horríveis de fora. If The Kids Are United, Borstal Breakout, Sunday Morning Nightmare, está tudo aí. O Sham sempre será lembrado como a banda mãe do Oi!, por sua temática realista e rueira, e por estimular a união entre punks, skins, e toda a juventude sem futuro. Ouça: If The Kids Are United (1978)

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